O livro de Anna Maria Maiolino, A pele de Anna, é afeto, é corpo, é alma.
Sua expressão não é apenas a forma, é experiência e acontecimento com emoção.
A artista inicia o livro com um texto no qual menciona a influência de Deleuze em sua obra. Os livros Diferença e Repetição, Mil Platôs e O Esgotado foram referências marcantes na constituição de seu trabalho.
Em uma de suas apresentações, a artista trabalha com uma série de repetições: biscoitos, bolinhas e formas básicas que nos dão a entender que ela está “brincando de casinha”. Essas obras se apresentam brutas e refinadas ao mesmo tempo, como se a forma brotasse do barro e fosse a única opção plausível para existir. Assim, o acúmulo recria espaços e gera uma interatividade com o espectador: “faz uma matéria de expressão”.
As séries de barro nos dão a sensação de que sua obra é eterna, interminável, sem conclusão. As argilas não são queimadas. Nas montagens desses espaços, é valorizado mais o sentir que o entender.
Muitas de suas obras estão no limiar entre a escultura e a instalação.
No livro, são publicados desenhos, fotografias, instalações, aquarelas, videoartes e pinturas que se mostram como acontecimentos. Muitas vezes, o lúdico toma conta de seu fazer artístico.
As obras nos transportam para o seu tempo de criação, e sensações são obtidas. Muitas vezes, somam-se ao trabalho sons, ruídos e falas que potencializam as ações. A artista aborda temas como: censura, repressão militar, problemas sociais (sobretudo a fome).
Os textos de Daniel Lins, que também compõem a obra, nos transportam para o mundo de Anna.
E Anna age com o inconsciente para conseguir traduzir seu pensamento em algo que escapa à simples representação.
Enfim, um livro maravilhoso!
AUTOR: DANIEL LINS
EDITORA COSACNAIFY, 2016
Estou deixando este comentário para dizer que gostei bastante do que acebei de ler aqui neste artigo, inclusive já salvei até meu navegador em meus favoritos.
Abraços Goias da sorte
oi, muito obrigada! Espero te rever por aqui.