“QUEERMUSEU: CARTOGRAFIAS DA DIFERENÇA NA ARTE BRASILEIRA”

EXPOSIÇÃO NO PARQUE LAGE

Pode ser visitada, até o dia 16 de setembro, a exposição “Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira”. Para quem não sabe, o termo “Queer” explora a identidade de gênero, ressaltando as diferenças e diversidades através da arte.

A mostra, hoje em exibição no Parque Lage, foi censurada no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, após acusações de que as obras remetiam à pedofilia, à pornografia e à zoofilia e desrespeitavam a religião. Os clientes ameaçaram boicotar o Santander, por isso, a exposição foi fechada.

Exposição no Santander Cultural

Em seguida, a mostra seguiria para o Museu de Arte do Rio (MAR). Contudo, o prefeito Marcelo Crivella cancelou a montagem, censurando-a.

Muitos de vocês que estão lendo este texto já devem saber desses fatos. Mesmo assim, o que eu gostaria de salientar é que a exposição do Queermuseu, agora em exibição no Parque Lage, contou com a maior campanha de financiamento coletivo no Brasil. Foram 1.678 participantes, sendo arrecadados mais de R$1 milhão.

Exposição no Parque Lage

 

Após o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, percebi que fomos acometidos por um sentimento de culpa coletiva. Colocamos toda a carga no Governo, mas, no fundo, carregamos uma certa responsabilidade. Todos sabem que os museus não estão decadentes nesta ou naquela gestão, são no mínimo 20 anos de abandono. Descuidamo-nos da história, da manutenção dos equipamentos públicos, não prestamos atenção na falta de educação alheia e, muitas vezes, fechamos os olhos quando desrespeitam o próximo, principalmente os diferentes, colocados no tema da exposição do Queermuseu.

Enfim, temos uma parcela de culpa. Sabemos que a questão não é simplista, que a mobilidade só acontece após uma tragédia. Imagino que poucas pessoas seriam sensibilizadas, doariam ou prestariam atenção se houvesse uma campanha antes do trágico incêndio.

Mas creio que, neste momento de tristeza, devemos nos prender aos bons exemplos, como o do financiamento coletivo conseguido para a exposição no Parque Lage. Ele foi obtido, com certeza, após a excessiva controvérsia que houve na exposição do Santander Cultural. Entretanto, acho que vale a pena nos apegarmos a essa história com final feliz, enxergando a mobilidade coletiva não como uma forma de salvamento, mas tentando perceber, pensar e até mesmo implementar formas que possam ajudar, abrindo um espaço para a esperança e evitando novas tragédias.

Referência:

http://eavparquelage.rj.gov.br/queermuseu/

Fotos retiradas da internet

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Helena Rios

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