Exposição no CCBB
Primeiramente, a Exposição de Jean Michel Basquiat no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte, está imperdível! Enfim, são quadros, desenhos e gravuras de um dos mais influentes artista da cultura pop norte-americana. Só para exemplificar, em 2017 uma de suas obras foi vendida por US$ 110 milhões.
Filho de mãe que pretendia ser artista, Jean Michel Basquiat foi introduzido ao mundo da arte cedo. Iniciou sua carreira no mundo do grafite. Pixando portas de galerias, pubs e lofts, usando a como marca o nome SAMO (same old shit).
Em 1980, despontou no mundo da arte. Começou a abandonar o grafite, indo participar da Documenta de Kassel em 1982. Teve uma carreira ascendente, mas para espanto geral, logo depois, morreu de overdose aos 27 anos de idade, no auge da fama.
A obra de Jean Michel Basquiat é de fato, muita rica em detalhes, não convencional, mistura estilos, faz uso da apropriação e deve ser observada postergando o sentido. Frases, palavras soltas, rabiscos, apagamentos criam um jogo linguístico que possibilita explorar a palavra enquanto signo, composição ou risco. O que interessa não é o que está escrito, mas a fusão, a composição, a remixagem. São comuns as anotação de listas, as relações de animais e cidades, abrindo possibilidades para o pensamento e criando poemas visuais. Ele também faz muito uso de colagens, xerox, histórias em quadrinhos, onomatopeias e da anatomia humana (influenciado por Leonardo Da Vinci).
Por ser negro, sofreu muito com o racismo (somando-se à discriminação por ter descendência porto-riquenha e haitiana). Por causa disso, dizem que o excesso de figurações com anatomia faz uma apologia ao interior do corpo humano. Lá, brancos e negros são iguais. O uso de signos repetidos também é marca registrada em suas obras: a estrela de David associa a discriminação dos negros à dos Judeus. A coroa é tida como uma delimitação de território.
Enfim, visite a exposição, deixe a emoção falar forte e se envolva com a obra de Jean Michel Basquiat. Vale a pena!
CCBB: Praça da Liberdade, 450, Belo Horizonte.
Curadoria: Pieter Tjabbes. / Coleção família Mugrabi. / Em cartaz até 24 de setembro de 2018, de quarta a segunda, das 9h às 21h.
Clique aqui e conheça Helena Teixeira Rios